Crônicas Ancestrais de Conambula
Por eras incontáveis, o continente de Conambula ergueu-se como um relicário vivo de magia, aço e mistério. Suas montanhas cantavam segredos esquecidos pelos ventos, suas florestas sussurravam encantos antigos, e suas planícies abrigavam raças diversas — homens, elfos, anões, ferais, draconianos e criaturas cujo nome foi perdido na poeira do tempo. Em Conambula, a magia fluía como veias sob a terra, viva, pulsante e caprichosa.
Cinco grandes reinos firmaram ali suas raízes: Thargor, o império bélico de muralhas de ferro; Elarion, onde a magia moldava a própria realidade; Varyn, a joia mercantil entre os mares; Kharazon, o sultunato ardente das areias sem fim; e Aetheria, a fortaleza gelada dos clãs ancestrais. Diferentes em alma e propósito, mantinham entre si uma harmonia tênue — forjada não por confiança, mas por necessidade. Pactos, tratados e veladas ameaças sustentavam a paz, como uma ponte erguida sobre um abismo.
Mas então vieram eles.
Do além-mar, rompendo as brumas cinzentas do horizonte, chegaram os estandartes de Sonilger, um reino cujos nomes, línguas e propósitos eram desconhecidos, e cuja presença anunciava não diplomacia, mas conquista. Suas velas vermelhas estampadas com um sol negro, cortaram os mares como lâminas silenciosas, e suas máquinas de guerra, movidas por alquimia profana e aço negro, desceram sobre as costas de Conambula como uma praga viva. Nada os detinha — nem feitiços antigos, nem as lanças dos guardiões de fronteira.
Com eles, trouxeram o caos. E a fina harmonia entre os cinco reinos começou a rachar.
Agora, o destino de Conambula pende por um fio de prata. As alianças se testam, os inimigos antigos se encaram com olhos desconfiados, e heróis — ou monstros — surgirão do coração da guerra.
Pois este não é apenas o fim da paz.
É o início de uma nova era.

