Absolutos
"Antes de tudo, havia o Nada, e Ele não dormia, pois nunca existiu para sonhar.
Do suspiro que não foi dado, nasceu o Caos — a dança sem compasso, a chama sem chama.
E para contê-lo, ergueu-se a Ordem, traçando linhas na carne do infinito.
O Tempo caminhou logo atrás, sem pressa, contando os passos que ninguém via.
Mas foi só quando a Verdade abriu os olhos, que tudo soube que era real."
— Versos da Eternidade, Canto I, Capítulo I
Nenhum absoluto nunca foi visto, suas imagens são representações de histórias e crenças antigas
1. O Nada — Aquele Que Nunca Foi
Nome Velado: An'Kethar
Forma: Nenhuma. Ausência total. Silêncio consciente.
Símbolo: Um círculo vazio, sem bordas, gravado em pedra negra.
Descrição:
An'Kethar é o absoluto não-ser. Não pensa, não age, não deseja. É a negação da existência, o fim antes do começo, o eco que antecede o som. Tudo o que é, é apenas porque o Nada permitiu não sê-lo. Ele não é adorado, nem compreendido. Os mais antigos deuses apenas sussurram seu nome em pesadelos.
Místicos que meditam demais sobre ele enlouquecem, desaparecem... ou nunca existiram.
2. O Caos — A Primeira Ação
Nome Primordial: Zhol'Kaarn, o Turbilhão Sem Forma
Forma: Um vórtice mutante de olhos, garras, luz e carne que nunca se repete.
Símbolo: Uma espiral quebrada em chamas, sempre desenhada à mão — nunca idêntica.
Descrição:
Do instante em que o Nada cedeu à possibilidade, nasceu o Caos — a primeira explosão de impulso, criatividade, loucura e mutação. Zhol'Kaarn é movimento puro, vontade sem destino, a faísca original que alimentou a criação. Tudo o que vive, muda ou quebra deve algo ao Caos.
Seus cultistas veem nele a verdadeira liberdade. Seus inimigos o consideram a raiz da ruína. Ele não tem plano — ele é o plano rompido.
3. A Ordem — A Mente Que Molda
Nome Verdadeiro: Elh'Aereth, o Compasso Celeste
Forma: Uma figura humanoide de luz geométrica, com múltiplos rostos imóveis.
Símbolo: Um hexágono perfeito dentro de um círculo, envolto por runas fixas.
Descrição:
Elh'Aereth nasceu como reação ao Caos — uma necessidade de limite, estrutura e significado. É a entidade que deu forma ao tempo, separou céu e terra, criou leis onde havia vontades. A Ordem não ama nem odeia: apenas regula. Ela não julga, apenas equilibra.
Seus templos são bibliotecas, tribunais, muralhas e códigos. Para seus seguidores, tudo deve ter seu lugar — e os que recusam a ordem são ameaças à própria realidade.
4. O Tempo — A Testemunha Eterna
Nome Eterno: Khar'duun, o Portador das Horas
Forma: Um titã encapuzado com ampulhetas pendendo de correntes sem fim, com olhos que mostram cenas passadas, presentes e futuras.
Símbolo: Uma ampulheta invertida em constante movimento.
Descrição:
Khar'duun não interfere, apenas registra. Ele vê tudo o que foi e será, caminha entre os eventos como um escriba imparcial. Os deuses o temem, pois nem eles podem escapar de sua marcha.
Seus oráculos dizem que ele fala apenas uma vez a cada era, e quando o faz, o mundo muda. O Tempo não dorme, não para, e não perdoa. É a ponte entre tudo o que existe — e o que deixou de existir.
5. A Verdade — A Última Luz
Nome Revelado: Virelya, o Olhar Final
Forma: Um ser andrógino feito de cristal, com asas de luz pura, cercado por espelhos que flutuam e mostram o que realmente é — e não o que se deseja ver.
Símbolo: Um olho dentro de um espelho rachado.
Descrição:
A Verdade é a única entidade que permanece ao fim de tudo. É o reflexo imutável que existe mesmo que tudo o mais seja consumido. Virelya não engana, mas sua presença dói — pois ver a Verdade é também ver a si mesmo por completo.
Aqueles que ousam buscá-la devem renunciar a toda ilusão, toda fé e toda mentira. Ela é o fim do caminho para os sábios… ou o abismo para os vaidosos.